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Educación Física

12.09.2015
Portugal
POR |

O jogo e seus benefícios ao desenvolvimento da criança

O jogo permite à criança expressar os seus sentimentos, assumir papéis sociais e transfigurar o mundo que a rodeia
A importância do jogo durante a infância

Introdução

O jogo constitui um veículo excepcional para o desenvolvimento infantil, sobretudo no que se refere às capacidades físicas e intelectuais, permitindo assim à criança conhecer o seu corpo, explorar o meio que a rodeia e adquirir novas experiências motoras. Deste modo, o acto de jogar é uma das formas mais frequentes de comportamento durante a infância, tornando-se uma área de grande relevância no domínio da educação, saúde e intervenção social.

Operacionalmente, no contexto do desenvolvimento infantil, o jogo proporciona à criança um leque de actividades diversificadas que normalmente começam a ser desenvolvidas na escola. Perante estes elementos, é comum que os professores e educadores utilizem o jogo no contexto das suas aulas, promovendo-o em sintonia com diversas áreas de conhecimento.

Posto isto, considerando que o jogo é extremamente importante na vida das crianças, o presente trabalho pretende efectuar uma reflexão geral sobre a sua importância no desenvolvimento infantil. Para tal, são apresentadas as potencialidades lúdicas, pedagógicas e educativas que esta actividade possibilita na primeira infância.

 

Conceito de jogo

A literatura mostra que o jogo é mais antigo que a cultura, retratando o escopo do trabalho e do prazer que emerge da identidade dos povos. Esta actividade lúdica pode ser definida como livre, incerta, regulamentada e fictícia, sendo realizada num espaço e tempo circunscritos.

O jogo permite transfigurar o ambiente real num mundo imaginário, fictício e irreal. Nesta base, a sua utilidade e aplicabilidade emerge enquanto experiência infantil de “invenção” e espontaneidade que resulta como pedra basilar no desenvolvimento psicomotor da criança. Assim, a actividade lúdica permite à criança assimilar novos conhecimentos e experimentar várias experiências motoras, constituindo um recurso pedagógico fundamental no processo de ensino e aprendizagem. Para além disso, o jogo actua sobre a criança enquanto mediador de regras, simulações ou “faz-de-conta”, estimulando o prazer, o convívio e a criatividade.

Por seu lado, Wallon defende que o jogo permite à criança mostrar os seus sentimentos, identificar papéis sociais e conhecer o mundo que a rodeia. Neste sentido, o jogo oferece à criança uma actividade com inúmeras possibilidades de criatividade, adaptação e aprendizagem.

 

Jogo e desenvolvimento infantil

Vários autores demonstram que o jogo é essencial no contexto escolar, identificando-o como um instrumento privilegiado de educação e socialização. Nesta óptica, Vasconcelos e Guedes descrevem a influência que o jogo tem no desenvolvimento infantil em vários domínios:

1. Cognitivo: através da exploração das percepções e no desenvolvimento da imaginação;

2. Motor: potenciando o aperfeiçoamento das capacidades motoras de base (e.g., resistência, força, velocidade, entre outras);

3. Sócio-afectivo: libertando emoções e valorizando a cooperação entre pares;

4. Social: desenvolvendo a inter-ajuda e a solidariedade entre pares.

Por sua vez, Neto e Piéron e Neto demonstram que o jogo:

1. Promove o desenvolvimento cognitivo, tendo um papel fundamental na descoberta e aperfeiçoamento das habilidades manipulativas;

2. Estimula os processos mentais e a capacidade de processar informação, provocando mudanças na complexidade das operações mentais;

3. Permite a estruturação da linguagem e estimula a imaginação;

4. Representa um meio educativo de excelência.

Vasconcelos e Guedes mencionam que através do jogo, a criança:

1. Afectivamente: convive com as frustrações e alegrias e aceita os seus pares e as suas atitudes;

2. Cognitivamente: potencia a operatividade e o raciocínio;

3. Ao nível motor: optimiza as capacidades motoras.

 

Conclusões

O jogo permite optimizar o repertório motor da criança e desenvolver as suas capacidades físicas, cognitivas, sociais, afectivas e linguísticas.

Perante a revisão da literatura, constata-se que o jogo representa um instrumento privilegiado de educação e socialização. Deste modo, compete aos professores/educadores utilizá-lo em contexto escolar e educativo, favorecendo a realização das actividades lúdicas, i.e., por forma contribuir para o desenvolvimento infantil.

Gonçalo Dias
Rui Mendes
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