Dança educação e as pessoas com deficiências
Os objetivos educacionais da dança envolvem a compreensão da estrutura e do funcionamento corporal, bem como a investigação do movimento humano.
Os aspectos de abordagem da dança giram em torno da experimentação, criação, performance e apreciação. Como utilização na educação formal (escolas regulares) devemos evitar a concentração do desenvolvimento da performance, porque poucos estudantes teriam condições de se desenvolverem por esse caminho, já que o tempo de prática semanal - tanto das aulas de arte como das de educação física - são muito reduzidos, além de não corresponder essencialmente aos objetivos educacionais como um todo.
Documentos oficiais, como os Parâmetros Curriculares Nacionais, não abordam a possibilidade de trabalho com dança para as pessoas com deficiências. Apesar do reconhecimento da dança, enquanto arte, na formação de bem cultural e que está inerente à natureza humana por envolver ritmo, expressão e atividade corporal.
Trabalhos acadêmicos já vêm sendo desenvolvidos sob a perspectiva da dança para pessoas com deficiências, só no Brasil foi possível identificar pelo menos 56 (cinquenta e seis) trabalhos nessa perspectiva.
Dança sobre rodas
Entendemos como dança sobre rodas aquela em que o praticante realiza os movimentos com auxílio da cadeira de rodas, estando em interação com outros dançarinos ou não, cadeirantes ou não.
De fato quanto mais leve e adaptada ao biótipo da pessoa estiver a cadeira de rodas, melhores serão as possibilidades de execução de movimentos. No entanto, esse fator não deve ser impeditivo para que todos os cadeirantes que desejarem possam praticar essa modalidade.
A acessibilidade do local precisa estar adaptada com rampas de acesso, portas adequadas para a entrada dos cadeirantes, vestiários adaptados e piso liso para possibilitar o desenvolvimento do trabalho.
Os benefícios da prática da dança são indiscutíveis, mas comuns a todas as pessoas, independente de portarem deficiências ou não. Acreditamos que a dança também possa ser um meio terapêutico, mas que cabe aos profissionais competentes (médicos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, entre outros) trabalhar com este tipo de abordagem.
Preferimos tratar a dança para pessoas com deficiência como um direito de acesso à arte, como prática de atividade física e exercício de cidadania.
No entanto, os cuidados no trabalho com dança para pessoas com deficiências exigem profunda avaliação dos limites e possibilidades corporais de acordo com o tipo de deficiência e as particularidades que cada uma delas pode apresentar. Em nosso caso, as deficiências físicas precisam ser bem definidas de modo que a dança propriamente dita não traga prejuízos à integridade física do praticante.
Dança sobre Rodas na Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos - ANDEF
Em nossa instituição temos um projeto ampliado, chamado de projeto Dançarte, que possibilita o acesso da comunidade local e de pessoas com outros tipos de deficiência nas danças clássicas, modernas e folclóricas. Além de um específico trabalho com dança sobre rodas.
Nessa última desenvolvemos os níveis iniciante, intermediário e adiantado. Como são diferenciados os níveis, também são os objetivos de cada um. A característica comum a todos é a inclusão de andantes nas aulas, visando a ratificar a perspectiva de inclusão social dos praticantes.
Em todos os níveis também não deixamos de focalizar a dança como forma de comunicação que expressa compreensões individuais e sociais do mundo.
Desafios e possibilidades
Os desafios e possibilidades sofrem influência global e local, desta forma de acordo com cada cultura e cada lugar os desafios e possibilidades oscilam e se modificam. Além disso, a subjetividade dos sujeitos influencia diretamente nesse rol. Portanto, aqui levamos em consideração apenas alguns aspectos. De modo que não é nossa pretensão esgotar o assunto.
Desafios
Possibilidades