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Dança

04.06.2015
Brazil
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Dança para cadeirantes

A dança sobre rodas para pessoas com deficiência física vem ampliar o quadro de possibilidades de acesso à arte e a construção de cidadania dessas pessoas
Dança sobre rodas

Dança educação e as pessoas com deficiências

Os objetivos educacionais da dança envolvem a compreensão da estrutura e do funcionamento corporal, bem como a investigação do movimento humano.

Os aspectos de abordagem da dança giram em torno da experimentação, criação, performance e apreciação. Como utilização na educação formal (escolas regulares) devemos evitar a concentração do desenvolvimento da performance, porque poucos estudantes teriam condições de se desenvolverem por esse caminho, já que o tempo de prática semanal - tanto das aulas de arte como das de educação física - são muito reduzidos, além de não corresponder essencialmente aos objetivos educacionais como um todo.

Documentos oficiais, como os Parâmetros Curriculares Nacionais, não abordam a possibilidade de trabalho com dança para as pessoas com deficiências. Apesar do reconhecimento da dança, enquanto arte, na formação de bem cultural e que está inerente à natureza humana por envolver ritmo, expressão e atividade corporal.

Trabalhos acadêmicos já vêm sendo desenvolvidos sob a perspectiva da dança para pessoas com deficiências, só no Brasil foi possível identificar pelo menos 56 (cinquenta e seis) trabalhos nessa perspectiva.

 

Dança sobre rodas

Entendemos como dança sobre rodas aquela em que o praticante realiza os movimentos com auxílio da cadeira de rodas, estando em interação com outros dançarinos ou não, cadeirantes ou não.

De fato quanto mais leve e adaptada ao biótipo da pessoa estiver a cadeira de rodas, melhores serão as possibilidades de execução de movimentos. No entanto, esse fator não deve ser impeditivo para que todos os cadeirantes que desejarem possam praticar essa modalidade.

A acessibilidade do local precisa estar adaptada com rampas de acesso, portas adequadas para a entrada dos cadeirantes, vestiários adaptados e piso liso para possibilitar o desenvolvimento do trabalho.

Os benefícios da prática da dança são indiscutíveis, mas comuns a todas as pessoas, independente de portarem deficiências ou não. Acreditamos que a dança também possa ser um meio terapêutico, mas que cabe aos profissionais competentes (médicos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, entre outros) trabalhar com este tipo de abordagem.

Preferimos tratar a dança para pessoas com deficiência como um direito de acesso à arte, como prática de atividade física e exercício de cidadania.

No entanto, os cuidados no trabalho com dança para pessoas com deficiências exigem profunda avaliação dos limites e possibilidades corporais de acordo com o tipo de deficiência e as particularidades que cada uma delas pode apresentar. Em nosso caso, as deficiências físicas precisam ser bem definidas de modo que a dança propriamente dita não traga prejuízos à integridade física do praticante.

 

Dança sobre Rodas na Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos - ANDEF

Em nossa instituição temos um projeto ampliado, chamado de projeto Dançarte, que possibilita o acesso da comunidade local e de pessoas com outros tipos de deficiência nas danças clássicas, modernas e folclóricas. Além de um específico trabalho com dança sobre rodas.

Nessa última desenvolvemos os níveis iniciante, intermediário e adiantado. Como são diferenciados os níveis, também são os objetivos de cada um. A característica comum a todos é a inclusão de andantes nas aulas, visando a ratificar a perspectiva de inclusão social dos praticantes.

Em todos os níveis também não deixamos de focalizar a dança como forma de comunicação que expressa compreensões individuais e sociais do mundo.

      

Desafios e possibilidades

Os desafios e possibilidades sofrem influência global e local, desta forma de acordo com cada cultura e cada lugar os desafios e possibilidades oscilam e se modificam. Além disso, a subjetividade dos sujeitos influencia diretamente nesse rol. Portanto, aqui levamos em consideração apenas alguns aspectos. De modo que não é nossa pretensão esgotar o assunto.

 

Desafios

  • Maior adesão por parte do público masculino.
  • Dificuldade de acesso aos locais em função do transporte público.
  • Ser reconhecidos como produtores de arte e não como pessoas com deficiências que dançam.
  • Ampliação de locais que ofereçam esse tipo de trabalho.
  • Ampliação de profissionais preparados para esse tipo de trabalho.
  • Políticas públicas capazes de reconhecer o valor da arte para o desenvolvimento das pessoas em geral e das pessoas com deficiências em particular.

 

Possibilidades

  • Atividade que permite a inclusão das crianças com deficiências nas aulas de arte e educação física nas escolas.
  • Aperfeiçoamento do senso estético e da capacidade de apreciação pela diferença.
  • Mudança de paradigma na educação e na arte.
  • Prática de atividade física de forma mais prazerosa.
  • Quebra de estereótipos na relação entre dança e corpos esculturais.
Soyane Vargas
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