Diabetes mellitus
Segundo Ministério da Saúde o diabetes é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia e associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sangüíneos.
Diante disso, podemos considerar diabetes mellitus, conforme Negrão e Barreto afirmam, sendo uma síndrome metabólica decorrente da falta de insulina (diabetes tipo 1) e/ou da resistência a sua ação (diabetes tipo 2), isto é, da incapacidade da insulina de exercer seus efeitos de modo adequado. Pellandra afirma que a mesma é uma doença assintomática em que pacientes muita das vezes toma conhecimento após até 10 (dez) anos da doença, quando até 50% dos pacientes recém diagnosticados já possuem outras complicações. Também pode ser caracterizada como degenerativa, pois não tem cura causando destruição dos tecidos e órgãos podendo levar a amputações. Atualmente se constitui em problema de saúde pública pelo número de pessoas que apresentam a doença, principalmente no Brasil.
Quando não tratada adequadamente, podem contribuir pra o surgimento de doenças tais como infarto do coração, derrame cerebral, insuficiência renal, problemas visuais e lesões de difícil cicatrização, dentre outras complicações. Embora ainda não haja uma cura definitiva para o Diabetes, há vários tratamentos disponíveis que, quando seguidos de forma regular, proporcionam saúde e qualidade de vida para o portador.
Prevenção
Atividade física
Thompson assegura que o exercício físico está associado à diminuição nos fatores de risco para o desenvolvimento do diabetes, melhora do controle glicêmico, redução de resistência à insulina e mortalidade. Um treinamento adequado permite importantes adaptações metabólicas, neuroendócrinas e cardiovasculares, contribuindo para a prevenção, redução e reversão das alterações metabólicas presentes nos diabéticos e melhorando assim a qualidade de vida. Diabéticos que realizam exercício regularmente apresentam aumento na sensibilidade à insulina, redução na sua dose diária, melhora na cinética e no consumo máximo de oxigênio e diminuição de complicações crônicas do diabetes, além da melhora no controle de fatores de risco para doenças cardiovasculares associadas ao diabetes, como a redução na pressão arterial e peso, aumento da capacidade de oxidar ácidos graxos, melhora no perfil lipídico, na função endotelial e na capacidade anti-oxidante. Para a pessoa com diabetes, a atividade física, além dos benefícios já citados, auxilia no tratamento da doença.
Efeitos da atividade física sobre a diabetes mellitus
O treinamento físico adequado, segundo Powers e Howley afirmam, proporciona importantes alterações metabólicas, neuroendócrinas e cardiovasculares, contribuindo para a prevenção, redução e reversão das alterações metabólicas nos diabéticos e melhorando a qualidade de vida desses indivíduos.
Ao se iniciar uma sessão de atividade física haverá todo um processo de alteração metabólica e hormonal o qual depende da duração e da intensidade do exercício, Negrão e Barreto explanam que em indivíduos não diabéticos durante a atividade física, a concentração de insulina diminui enquanto as concentrações de glucagon, catecolaminas, cortisol e hormônio de crescimento aumentam. Esse ajuste é fundamental para que o organismo consiga regular de maneira adequada as taxas de mobilização, de distribuição e de utilização de substratos energéticos permitindo que os músculos realizem suas atividades sem que haja perda da homeostase glicêmica.
Prescrição de exercício físico para o diabético
O programa de exercício físico pra diabéticos obedecem aos mesmos princípios do treinamento para individuo não diabéticos, desde que sejam seguidas recomendações de controle do estado glicêmico e feito o acompanhamento clinico adequado. Antes de tudo o diabético deve realizar uma avaliação clinica para ser diagnosticar e assim ser tratadas possíveis complicações associadas.
A principal preocupação com relação à prescrição de exercício para do diabético tipo 1 é evitar a hipoglicemia. Isso só ocorre por meio de monitoração rigorosa da glicemia e da dosagem de insulina tanto do paciente quanto do professor de Educação Física. Powers e Howley também fazem referência algumas recomendações básicas que devem ser seguidas: antes do exercício, se a glicemia estiver abaixo de 80 mg/dl, devem se consumidos carboidratos e esperar ela aumenta; se a mesma estiver acima de 250 mg/dl não deve ser realizada atividade alguma; não se deve praticar exercício no momento da ação máxima da insulina; a glicose deve ser freqüentemente monitora durante o exercício; durante a recuperação do exercício, devem ser consumidos carboidratos adicionais.
Um programa de treinamento para diabéticos tem como objetivo principal, segundo Negrão e Barreto, aumentar o VO2 máx e deve conter basicamente: atividade aeróbica dinâmica com freqüência alta de 5 a 7 vezes por semana para promover um aumento de sustentado da sensibilidade da insulina e facilitar a perda ou manutenção do peso corpora mas sempre levando em conta o tipo do exercício, horário de realização, à dose de insulina e à dieta, a duração dessa atividade deve em torno de 30 a 40 minutos e com uma freqüência cardíaca entre 50% e 80% da freqüência cardíaca de reserva com uma intensidade de leve a moderada, aumentando progressivamente a mesma. O treinamento com pesos também é recomendado devendo ser trabalhado inicialmente os grandes grupos musculares, não é recomendado um trabalho com longa duração e pesos de alta intensidade.