Porque as substituições no futebol são limitadas a três jogadores?
O terreno de jogo, o espaço e o número de jogadores são componentes estruturais que estabelecem conexões com o comportamento motor dos futebolistas e determinam a dinâmica funcional das modalidades de desporto coletivo.
Segundo Garganta, quanto maior for o espaço de jogo mais elevada terá de ser a capacidade para cobrir, mental e fisicamente esses espaços. Durante os primeiros trinta minutos (1/3 do tempo de jogo) as exigências aos esforços são de média intensidade, e podem ser muito bem controladas. Já nos quinze minutos que antecedem o intervalo, as exigências se tornam de elevada intensidade. A pausa de quinze minutos ajuda na recuperação, de modo a facilitar a tolerância aos esforços dos primeiros quinze minutos de jogo do segundo tempo (2/3 do tempo de jogo). Nos últimos trinta minutos de partida, as exigências são mais intensas e o desgaste físico é culminante (3/3 do tempo de jogo). Assim, muitas vezes o espetáculo proporcionado fica a baixo das expectativas do público que pode ser entendido neste caso, como consumidores.
Outro fator importante seria de, aumentar a vida útil dos jogadores mais experientes e não prejudicar (“queimar”) novas promessas (revelações do clube). Se tivéssemos essa realidade das outras modalidades desportivas coletivas de substituir um jogador durante a partida e este, pudesse retornar após algum tempo, esses jogadores mais experientes teriam um tempo de vida útil maior e conseqüentemente ajudariam a dinamizar o espetáculo de um jogo de futebol. Pois, seriam preservados por alguns instantes da partida e poderiam atuar sempre próximos da sua plenitude física. Quanto a prejudicar novas promessas, muitos garotos são promovidos às equipes principais (profissionais) antes de terem terminado o seu processo de formação e por isso, não tem a maturidade suficiente para suportar essa pressão que o futebol profissional exige.. Destarte, se fosse possível aumentar o número de substituições no futebol profissional (como ocorre nos campeonatos do futebol de formação) e/ou, há possibilidade do jogador substituído retornar naquela partida mesmo, o futebol poderia estar dando um grande passo a caminho de um futuro mais dinâmico e atraente para os seus aficionados e os profissionais que trabalham neste desporto.
Dinamismo do Espetáculo
Constantemente as outras modalidades esportivas coletivas sofrem alterações em suas regras para tornar os seus jogos mais atrativos para a mídia e o seu público. Em contrapartida, isso não é corriqueiro quando se trata de futebol.
Na perspectiva do dinamismo do jogo de futebol, temos que levar em consideração a impressão que este esporte passa para os seus consumidores. A maneira que buscamos para mensurar esse fator foi analisar as médias de público do maior campeonato nacional de futebol.
Observamos apenas seis clubes com média de público acima de 20.000 torcedores ao ano no cenário nacional. E os dados apontam um clube da terceira divisão figurando entre os mais bem colocados (em 2012 e 2013). A curiosidade fica para os clubes que figuram da sétima posição até a trigésima terceira. Pois, muitos desses clubes ranqueados a baixo da sexta posição, são clubes de grandes centros econômicos do país e com grande tradição no cenário futebolístico nacional e inclusive o campeão do maior campeonato nacional de 2013. Quando nos amparamos na questão dos grandes centros econômicos do país, não podemos deixar passar despercebido que, os grandes centros econômicos oportunizam outras formas de entretenimento além do esportivo. Para que essa média de público possa aumentar para se aproximar das médias de alguns campeonatos europeus, sugerimos a melhora do espetáculo através de um jogo mais dinâmico, freqüente e intenso, com um maior número de gols por partida. E uma forma de isso acontecer poderia ser com o aumento das substituições e a permissão do jogador substituído durante a partida poder voltar durante a mesma partida.
No Brasil, outro fator determinante ajuda para o não aumento da média de público nos estádios. A venda dos pacotes de TV por assinatura pay per view (PPV). Pois, com horários de jogos quase sempre em detrimento da rotina da grande maioria dos apreciadores de futebol, é aceitável que os indivíduos comprem o pacote e assistam aos jogos no conforto de seus lares.
Comentários finais
O futebol é um dos esportes mais assistidos e comentados do mundo. Em contrapartida, é uma modalidade esportiva coletiva que menos alterações nas regras tiveram durante os anos em que foi institucionalizado. Para muitos isso é o que faz com o futebol mantenha a sua hegemonia perante as outras modalidades. Entretanto se, houvesse algumas alterações nas regras, maior número de substituições e a situação do jogador substituído pudesse retornar no mesmo jogo dinamizaria esse esporte em termos de intensidade e freqüência de jogo.
Neste mundial de futebol, entrou em vigência o chip eletrônico na bola para auxiliar o árbitro no momento de assinalar se a bola entrou ou não no gol. Dentro dessa temática, propomos a colocação de um chip na gola da camisa de cada jogador, para auxiliar ao árbitro auxiliar no momento de marcar ou não o impedimento. Isso poderia ser feito da mesma maneira que ocorre com a linha de meta e o momento que a bola ultrapassa a mesma, mas, nessa situação, indicaria se o jogador está mais próximo da linha de meta do que a bola e/ou o penúltimo adversário, enviando um sinal como o de uma vibração de celular para a bandeira do auxiliar.
Mas, é óbvio que, essas inovações ficam a cargo da IFAB que é o órgão que rege as regras do jogo de futebol. Isto posto, nada impede que discussões e sugestões sejam propostas.