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Aventura en la Naturaleza

26.06.2016
Brazil
POR |

Cicloturismo no Projeto de Educação Ambiental e Lazer (PEDAL)

Relato de experiência das cicloviagens realizadas pelos integrantes do PEDAL, destacando as potencialidades educativas que o uso da bicicleta pode oportunizar
Caminho da Represa do Broa - Itirapina (SP)
Praia Caetano-CE, ao fundo moinhos de energia eólica
Montevidéu, capital do Uruguai
Casa Rosada, em Buenos Aires - Argentina, sede do Palácio do Governo

O Projeto de Educação Ambiental e Lazer (PEDAL) teve início em 2008 com um grupo de amigos interessados em viajar para lugares que tivessem paisagens não urbanas, que favorecessem o contato com matas, cachoeiras, praias, trilhas, entre outras, buscando uma alternativa a fruição do lazer que, ao mesmo tempo, privilegiasse contato com as citadas paisagens e que se desvinculasse do lazer de consumo.

Nesse sentido, e também voltados aos cuidados com o meio ambiente, resolveram iniciar alguns passeios e viagens em bicicletas. Os primeiros passeios foram curtos, restritos a pequenas trilhas na região de moradia/estudo/trabalho (São Carlos, interior de São Paulo), pois sentíamos a necessidade de nos prepararmos para percursos mais longos. Fomos sentindo cada vez mais apreço pela fruição de lazer proporcionada pela bicicleta e assim começamos a nos aventurar em passeios mais longos.

A primeira cicloviagem teve como destino município de Águas da Prata, interior de São Paulo. Pedalando aproximadamente 300 quilômetros em 6 dias e conhecendo diversas cachoeiras nas cidades do percurso, tais como: Salto do Pântano em Descalvado, Cascatinha, Sete Quedas e Ponte de Pedra, em Águas da Prata. Também visitamos o Parque Estadual de Porto Ferreira e realizamos parte do percurso em terra do Caminho da Fé.

Em janeiro de 2011 pedalamos 750 quilômetros entre São Carlos-SP e Angra dos Reis-RJ, passando por cidades como: Rio Claro-SP, Limeira-SP, Itapira-SP, Águas de Lindóia-SP, Bragança Paulista-SP, Jacarei-SP, Taubaté-SP, Ubatuba-SP, Paraty e Trindade-RJ e, pela bela e ainda não visitada por nós enquanto cicloturistas, Angra dos Reis e Ilha Grande-RJ.

Em 2013 realizamos a chamada “Rota das Emoções”, nomenclatura esta que faz alusão às emoções proporcionadas pelas práticas (trekking, surf, windsurf, kitesurf, trilhasoff road etc) ligadas ao turismo de aventura e ao ecoturismo, pois o percurso abrange como pontos centrais o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (MA), a Área de Proteção Ambiental do Delta do Parnaíba (PI) e o Parque Nacional de Jericoacoara (CE).

O período da viagem foi decidido em acordo entre os participantes buscando conciliar o período de férias de todos e todas. Foram 20 dias de viagem, compreendidos entre 02/01/2013 e 21/01/2013, dentre os quais são considerados os dias de deslocamento em avião que abrangeu a ida de São Paulo a Fortaleza e o retorno de São Luis a São Paulo. A cicloviagem em questão foi, portanto, com característica hibrida devido ao uso de outros transportes além da bicicleta por conta do tempo disponível e das características do terreno, dentre eles foram utilizados avião, ônibus, transporte 4x4 e balsas para travessias de rios.

Na cicloviagem realizada em janeiro de 2014 optamos pelo roteiro que denominamos de "Ruta Uruguay – Argentina”, no qual seguimos em avião de São Paulo (Brasil) para Montevidéu (Uruguai) e de lá pedalamos cerca de 650 quilômetros entre Montevidéu e Buenos Aires (Argentina), ao longo de 23 dias.

Em recente cicloviagem, ocorrida entre os dias 30/12/2014 e 20/01/2015, viajamos pela região do nordeste brasileiro por uma distância de aproximadamente 700 quilômetros. Nesta ocasião visitamos 4 estados. A saber: Sergipe (Aracaju e Pirambu), Alagoas (Piaçabuçu, Pontal do Coruripe, Barra de São Miguel, Barra de Santo Antônio, São Miguel dos Milagres, Maragogi), Pernambuco (Tamandaré, Porto de Galinhas, Olinda) e Paraíba (João Pessoa). Ainda em meio à viagem nomeamos o percurso de “Rota dos Milagres”.

Nesta viagem destacamos o implemento do “Consórcio Solidário”. Esta ação entre amigos/as teve como objetivo prestar auxilio financeiro para os/as participantes do grupo PEDAL que aderiram ao consórcio, bem como criar um “fundo de reservas” destinado situações emergenciais (manutenção e compra de equipamentos, traslados alternativos, cuidados com a saúde, entre outros). Tal ação possibilitou que alguns/as participantes adquirissem suas passagens aéreas a um custo menor, quando comparado aos preços praticados nos meses posteriores ao da compra efetivada.

Outra aprendizagem faz alusão ao uso de “aplicativos móveis” instalados em “dispositivos portáteis”, como em celulares e tablets em interface com a internet. Assim, iniciamos um trabalho de cooperação junto ao Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE) ao fazermos uso do “Sistema Urubu”, cujo objetivo é de auxiliar na redução de impactos ligados à mortalidade da fauna selvagem decorrentes de atropelamentos de animais selvagens em rodovias e ferrovias. Para tanto, à medida que nos deparávamos com animais silvestres atropelados, procedíamos ao registro e envio da imagem através do citado aplicativo.

Conhecemos belas paisagens, vales e serras. Também desfrutamos de límpidos rios, refrescantes cachoeiras e praias paradisíacas. Além do conhecimento e reconhecimento de outros valores e costumes, comidas e bebidas típicas, nos possibilitando aprender com as diferentes pessoas e culturas e, em alguma medida também ensinar. Por outro lado, percebemos alguns problemas relacionados aos cuidados com o meio ambiente, como resíduos jogados no solo: latas e garrafas PET de águas/refrigerantes/sucos/cervejas, embalagens plásticas de bolachas/doces/chocolates, pontas de cigarro, entre outros.

Diante das observações realizadas nas cicloviagens, tanto positivas quanto negativas, o PEDAL, que é composto em grande parte por educadores (vinculados a Escolas Públicas de Educação Básica e Superior), tem realizado intervenções no âmbito da educação escolar e não escolar, abordando as temáticas: ciclismo, lazer, educação ambiental e qualidade de vida, com intuito de promover debates e reflexões que visam à conscientização de crianças, jovens e adultos sobre a interface destes temas.

Neste contexto a bicicleta é apresentada como uma rica oportunidade para uma vivência respeitosa do outro, do ambiente e de si mesmo, podendo ser usada enquanto meio de deslocamento, para o trabalho ou para a fruição do lazer, reduzindo enormemente a emissão de gases poluentes e descarte de resíduos, fomentando benefícios do exercício relacionados à promoção da saúde, e ainda estimulando a crítica acerca de mobilidade urbana, do lazer e da educação ambiental.

Luiz Gonçalves Junior
Denise Aparecida Corrêa
Clayton da Silva Carmo
Maurício Mendes Belmonte
Edson Aparecido Colloca
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